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sábado, 7 de novembro de 2020

Terapia do diário - o que seria?

A Dra. Bawer-Wu, do Instituto Dana-Farber de Boston, nos Estados Unidos,  aplica a "terapia do diário" a seus pacientes,  que dedicam meia hora por dia a escrever em um caderno suas sensações,  suas intimidades e seus medos. Ela assegura que a maioria dos pacientes apresentam uma melhora física e psicológica. Embora tenham acesso a computadores, quase todos preferem usar papel e caneta para fazerem suas anotações.  
Quando soube do câncer na minha mama esquerda, peguei um caderno e fui escrevendo tudo o que me vinha a mente. Depois que comecei o tratamento com quimioterapia,  apareceu a covid-19, entramos na pandemia, eu fiquei com preguiça de escrever pq observei que minha letra estava ficando difícil de se ler. Abaixei um blogger e voltei a escrever nele, que é onde estou escrevendo agora.
Anos atrás eu abri esse blogger, por curiosidade e tb, pq sempre gostei de escrever. Mas com o tempo, diminui a entrada nele. Preciso ser mais assídua. E espero que alguém o leia, qualquer dia.
É uma experiência interessante.  Quando minha mãe faleceu, procurei um psicólogo pq haviam coisas que eu precisava entender. E foi escrevendo, como ele me pediu, que em 3 meses, ele me falou que eu estava pronta para assumir as rédeas daquilo que estava me deixando estagnada, após a partida da minha mãe.  
Eu escrevia meus sonhos, e em todos eles havia um pai opressor, um pai machista, um pai que tinha o poder para fazer tudo mas não delegava a mesma oportunidade para minha mãe.  E, durante esses 3 meses eu pude entender o sonho que sempre tive na vida, o qual me deixava perturbada na madrugada, me fazia morrer de medo e pedia a Deus para nunca mais tê-lo. Sem saber, esse sonho estava relacionado ao sexo,  a minha vida sexual, e ao fato de, uma noite, já na madrugada, eu escutar minha mãe fazendo uns barulhos colo gemidos, e como eu dormia na parte alta da beliche, pude ver pela através do vidro que havia na porta do quarto, minha mãe e meu pai fazendo sexo. Mas eu nem imaginava o que poderia ser aquilo. Simplesmente,  minha vida sexual estava determinada à partir daquele instante, daquela visão. 
Deixe-me explicar melhor sobre o meu quarto e essa porta com vidro. 
Morávamos numa casa pequena de 2 quartos e éramos em 4 filhos: 2 homens e 2 mulheres, mais os meus pais. Casa antiga em que um quarto passava pelo outro para chegar até a sala e depois na cozinha. Dormíamos em beliches; os maiores dormiam em baixo e os menores em cima. Minha irmã mais velha que eu dormia em baixo e eu, em cima. Na outra, meu irmão mais velho em baixo, e o mais novo em cima; como podem observar,  uma beliche era feminina e a outra era masculina e fim de papo. Assim foi até mudarmos de casa, com meus irmãos adultos, já namorando, servindo o exército e tal. 
No nosso quarto havia um guarda-roupa grande com uma porta para os 4 filhos; esse guarda-roupa ficava beirando a minha beliche e separava a porta do quarto dos meus pais da minha cama de cima da beliche. A porta era enorme com vidro na parte superior, e foi assim que, numa noite, me debrucei no guarda-roupa que ficava na altura da porta e vi meus pais tranzando. 
É claro que passei o resto da noite pensando naquilo, e nas demais noites meu sonho foi: uma tigela com uma mistura de bolo, uma mão segurando uma colher de pau mexendo essa mistura que começava lentamente e ia aumentando descontroladamente enquanto eu entrava em pânico na cama e acordava chorando, por muitas noites. 
Eu era pequena nessa época; pequena do tipo 4/5 anos. Cresci, passei pela adolescência, me tornei jovem, depois adulta, me casei e tinha esse sonho, em períodos mais raros, mas tinha. Loucura, hein?!
Já parou para pensar qual foi o sonho que te acompanhou na vida? Já anotou ele e levou para alguém te ajudar a entendê-lo? Só fui entender depois da morte da linha mãe, que foi o divisor de águas para muita coisa na minha vida. Nessa época, quando descobrimos que ela tinha 6 meses de vida, em setembro de 1991/1992, foi o tempo em que ela contraiu o câncer de ovário, útero, pâncreas e osso, e veio a falecer um dia antes do meu irmão mais velho fazer aniversário,  em 13/02/1992.
Foi quando decidi deixar o julgo do meu pai e sair da igreja que ele dizia ser dele. Sempre procurei seguir corretamente mas entendi que era de medo dele, humano, pecador com eu, uma igreja cheia de regras humanas, opressora, onde as pessoas tinham a obrigação de contar tudo o que faziam para ele. Uma igreja em que as pessoas não cresciam por medo dele. Uma igreja em que as mulheres, embora fizessem de tudo,  até expulsar demônios como minha mãe fazia, não tinham voz altiva, continuavam subjugadas,  continuavam sem subir ao púlpito pq nunca chegavam a ser reconhecidas como os homens, os pés rapados da igreja. 
Foi quando cortei o cabelo bem curto e cheguei na casa do meu pai, e meu irmão que não saia de lá, veio me perguntar se eu estava em pecado(?). Hã? Cume? What?
Isso mesmo. Ele me perguntou o que eu havia feito para cortar o cabelo daquele jeito e eu disse que tinha um marido que me permitiu. Se eu não havia cortado o cabelo como sempre quis, anteriormente,  era por respeito a minha mãe e ao seu trabalho na igreja. Mas que havia percebido que a pessoa que deveria me ajudar nas decisões era meu marido pq ele me sustentava, e era para quem eu devia respeito. Não mais ao meu pai, como sempre havia sido. 
Foi tão libertador cortar o cabelo! Foi tão libertador não ser mais dirigida pelo meu pai, que até me demiti do serviço que prestava como auxiliar de contador para ele. Eu fazia todo o serviço que um contador faria, recebia por isso, mas o contador tb recebia pois precisava assinar os livros tanto da Igreja como da Instituição de caridade que meus pais fundaram na cidade.
Joguei todo o fardo monetário e econômico nas costas do meu marido. Nessa época, tb, eu fazia Pedagogia e meu pai pagava o curso; meu marido pagou o último ano. 
Era tranquilo para meu marido não ter responsabilidade financeira comigo, não acham? Eu vivia pedindo para meu pai me ajudar aqui e ali, e ele me ajudava. Agora, seria do meu marido a obrigação de me carregar nas costas, coisa que nunca tinha feito, mesmo casados e com 2 filhas pequenas. 
Ual, a manhã acabou, chegou a tarde e eu continuo escrevendo. A meia hora que os pacientes da Dra Bawer-Wu gastavam para escrever seria pouca para mim!!


Porta parecida com a porta do quarto dos meus pais. A diferença é que não tinha esse desenho nem a abertura para cartas.

Estou com gripe, tossindo muito, na cama para evitar que os demais sejam contagiados. O esperto do meu marido estava ontem com as filhas na fazenda e veio para casa a toa, de noite, para voltar hoje para lá. Não sei pq não coloca inteligência na cabeça! Sabe que todos estamos propícios a pegar covid-19, mas prefere agir como criança. Gripe é gripe, .as pode mudar a situação de acordo com cada corpo, e todo cuidado é pouco.  Semana passada minhas netas estavam gripados e ficaram em casa, dormiram aqui. Mas essa semana eu dispensei pq não sei qual é o agente causador da gripe que me pegou, se foi do ar condicionado, se foi delas, não sei. Meu genro me chamou para ir no clube hoje pq ele esta lá com as meninas, mas eu não vou. Eu estou tossindo e soltando catarro, então, vou me preservar e preservar quem eu puder. Se os demais querem estar aqui do meu lado, que o façam sem depois colocar a culpa em mim. Sou franca demais!
E vou continuar lendo, além de pedir uma comida para a Julia e eu comermos.
Esse é o mês dos homens serem lembrados de que precisam se cuidar! Vc já fez seus exames de saúde? Aproveita!

Os chás que estão ajudando na pandemia! Eu tenho para vender...me chama, se quiser!

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